O que temos de mais sagrado em nós mesmo é sem dúvida a sabedoria, ela pode nos dadivar muitas possibilidades de um mundo de nome conhecimento.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Lenda Sioux

Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram: - Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta que ficaremos sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte.
Há algo que possamos fazer? E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
- Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias.
Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva! Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves.
O velho tirou-as dos sacos e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido:
- E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram. - Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro.
Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres. Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar. Então o velho disse:
- Jamais esqueçam do que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sioux. O início


"DESEJO DE PODER"
Em 1991, em um planeta muito distante do nosso chamado Sioux, existia um reino dominado pelo imperador Rancer. Que era temido por todos os que habitavam aquele planeta.
Ele era um ser muito poderoso, e também muito impiedoso, quem ousasse afrontá-lo seria morto sem piedade, quem apenas alterasse o tom de voz para ele sofreria as conseqüências.
Rancer sem dúvidas era a pessoa mais poderosa daquele planeta, porém ele nunca se satisfazia com seu poder, seu desejo de se tornar cada vez mais forte, às vezes o fazia não pensar. Muitas e muitas vezes, Rancer ficava pensando em uma maneira de se tornar mais forte, porém cada vez que ele se tornava mais poderoso, mais poder ele desejava.
Poucas vezes de sua vida Rancer não pensava em poder, mais esses dias se tornaram mais freqüentes quando ele conheceu uma garota por quem ele se apaixonou profundamente, ela se chamava Nany, e era uma sacerdotisa com um imenso poder espiritual. Nany ao contrário de Rancer não gostava de fazer as pessoas sofrerem com seu poder, mais sim ajudar e proteger a quem precisasse.
Mesmo Nany e Rancer sendo tão diferentes, o amor entre eles falou mais alto, as diferenças entre eles os faziam se aproximar cada vez mais, suas diferenças os completavam.
Depois de um ano eles se casaram, e tiveram filhos gêmeos, um menino e uma menina. Entre seus dois filhos havia uma diferença, o menino não havia herdado os poderes de seus pais, porém a menina havia herdado os poderes de Nany, ela havia nascido com imenso poder espiritual acumulado, pelo fato de ser recém nascida. Rancer a presenciar tamanha força em uma criança pensou em uma possibilidade de se tornar ainda mais forte, essa possibilidade poderia mudar sua vida, porém também poderia acabar com o amor que Nany sentia por ele. Essa alternativa seria transferir os poderes de sua filha para ele, alterando sua força em o dobro. Mas Rancer sabia que isso não poderia ocorrer de uma hora para outra, sua filha precisaria completar 15 anos para a transferência se tornar completa, o bastante para aumentar seu poder consideravelmente. Mas não apenas por causa disso, mais também por um antigo selamento colocado por uma feiticeira, que antes de morrer pelas mãos do pai de Rancer disse: ``nem mais uma criança irá morrer por questões maléficas, se acontecer transferências de poder, que seja por vontade própria da sacerdotiza``. Isso aconteceu porque o pai de Rancer também pensou na mesma alternativa que o filho, repassar os poderes de sua filha para ele próprio (que também Havia herdado os poderes de sacerdotisa da sua mãe). Mais isso não aconteceu por causa do selamento da feiticeira, que impediu que a transferência fosse feita, o pai de Rancer tentou novamente quando a menina completou 15 anos, mais em um gesto desesperado a menina se suicidou. Rancer nunca ficou sabendo dessa história, nem mesmo que já teve uma irmã no passado.
Rancer sabia que Nany não iria aceitar seus pensamentos, por isso resolveu ficar em segredo, até que ele decidisse que estaria no momento certo de contar.
Um mês depois, Rancer decidiu que estava no momento certo de confessar a verdade, mais ainda estava com medo da reação de Nany, porém estava decidido com o que queria. Ainda pela tarde Rancer estava pensativo, pois ele também queria que Nany soubesse e o apoiasse em seus pensamentos em relação a sua filha. Depois de mais algum tempo pensando, Rancer decidira dizer tudo, e chamou Nany. Ao terminar de dizer tudo, e todos seus pensamentos, Nany começou a chorar desesperadamente, ela não conseguia acreditar no que estava ouvindo. E disse ainda chorando:
– Rancer você só pensa em si mesmo, não vê que aquela criança que está no quanto é sua filha.
– Mais isso que eu estou fazendo é para proteger nossa família. Pois eu me tornando ainda mais poderoso, ninguém ousará te fazer nenhum mau.
– Me diga Rancer como você quer proteger nossa família, se você está querendo fazer mal a ela?
Nany começou a chorar mais ainda, caiu no chão apontou para o quarto onde estava sua filha e disse novamente:
– Rancer aquela é sua família, e sua única filha. E quem está me fazendo mal é você, querendo tirar de meus braços meu bem mais precioso.
– Nany, podemos ter outra filha. Você tem que compreender.
– Nenhum outro filho preencherá o lugar dela em meu coração.
Rancer com a voz firme disse:
– Você não mudará minha opinião.
– Por favor? Por nosso amor não faça nada com nossa filha.
Rancer a levantou do chão e disse:
– Isso tudo que estou fazendo é pensando em você, sempre pensando no amor que sinto por você.
Nany o abraçou calorosamente, pegou em suas mãos e disse:
– Rancer, você não precisa fazer isso para me proteger, pois mesmo que eu morra nesse momento, eu te amarei para sempre, pois apesar de tudo você é o meu primeiro e único amor, meu coração só bate mais forte por você e ninguém mais.
– Eu também te amo, por esses motivos você não vai mudar minha opinião, eu quero e vou me tornar mais forte para te proteger.
Nesse momento Nany soltou as mãos de Rancer, olhou para ele. Uma lágrima desceu de sua face. Ela já sabia que não o faria mudar de opinião, então correu em direção ao quarto de sua filha e a colocou no colo, e correu para fora do castelo, para pensar em uma solução.
Depois de sair do castelo, Nany sentou-se em um banco, olhou para sua filha e a cariciando-a, disse baixinho:
– Minha filha o que devo fazer para te proteger, não quero que você morra, ô minha linda o que devo fazer?
Nany não conseguia pensar em nada, pois com certeza onde ela fosse estaria um soldado de Rancer. Nesse momento Nany lembrou-se de seu pai, que se chamava Akavite, que sempre a apoiava em todos os momentos.
Ela então foi em direção ao encontro de seu pai
Nany ao chegar em uma certa parte do caminho viu seu pai, e sem se explicarmuito faloubaixinho, olhandosucessivamente para os lados e trêmula de medo:
– Papai preciso falar imediatamente com o senhor, mas antes vamos para um local mais escondido.
– O que foi Nany? Você está muito nervosa, o que aconteceu? Eu estava indo agora mesmo a sua casa para
– Pai eu não posso lhe explicar agora... mas... por favor leve minha filha para um lugar bem distante onde Rancer não possa encontrá-la.Um lugar muito distante deste, ou melhor um outro planeta, no qual ninguém consiga reconhecê-la, o mais distante planeta de todos.
– O que? Por que você está me pedindo isso Nany? O que aconteceu? Eu exijo uma explicação, você é minha filha eu quero saber o que lhe aflige...
– Não temos muito tempo, mas vou contá-lo.
Nany explicou tudo o que Rancer estava planejando, ao terminar de falar Nany pediu novamente com os olhos cheios de tristeza.
– Por favor papai, eu sei que logo Rancer nos achará, por está razão leve minha filha para outro planeta, pois assim ninguém fará mal a ela.
– Pois... Nany, vamos todos juntos.
Akavite pegou na mão de Nany, porém ela se recusou a sair daquele local, e olhando para sua filha disse.
– Não posso...
– Por que isso agora? Como você mesmo disse não temos tempo, vamos Nany. - Akavite pegou na mão de Nany de novo, mas novamente ela se soltou, e disse soluçando:
– Eu já lhe disse que eu não posso, eu... eu... quero proteger minha filha a qualquer custo, e não me importo com as conseqüências.
– O que você quer dizer com isso?
– Para qualquer local que eu vá Rancer me achará, preciso ficar aqui para despistá-lo.
– Mas, Nany eu não quero te deixar só aqui. Eu sei que você teme por sua filha, mas eu também penso em você, da mesma maneira que você que proteger sua filha eu também quero te proteger, eu não quero e não vou te abandonar agora, na hora que você mais está precisando.
– Mas papai, eu ficarei muito mais feliz sabendo que minha filha está segura, mesmo que isso me custe ficar longe dela.
– Nany, mas?
– Por favor, papai logo, logo, Rancer nos achará, e vai ser tarde de mais, não deixe de proteger minha filha... Sua neta, por causa de mim, nada me acontecerá.
Akavite abaixou a cabeça e ficou pensativo por alguns segundos, e de repente olhou para Nany rapidamente e a perguntou um tanto assustado:
– Nany e seu filho?
– Está no castelo.
– Por que você o deixou lá? Vamos buscar ele agora mesmo.
– Não se preocupe, Rancer não fará nem um mau a ele. Já esqueceu pai, ele não nasceu com poderes espirituais.
Assim que Nany terminou de falar, eles escutaram um barulho nas plantas ao lado, e foram olhar, era um dos soldados de Rancer, que estava ali mandado por ele. Ao ser descoberto eles saiu correndo, Akavite ainda tentou pegá-lo, mas não conseguiu, pois não tinha mais o mesmo condicionamento físico e os poderes de quando era jovem.
O soldado foi em direção ao castelo. Ao chegar Rancer estava andando de um lago para o outro, e desesperado perguntou:
– Você a encontrou?
O soldado então contou tudo o que Nany havia contado ao seu pai. Rancer ficou decepcionado e furioso com a atitude de Nany. E sem pensar duas vezes pediu que aquele mesmo soldado fosse eliminar Nany e Akavite, e deixasse apenas sua filha sobreviver, e a trouxesse para ele. O soldado então falou:
– Meu senhor tem certeza no que está me pedindo?
– Eu não estou pedindo estou ordenando.
– Me desculpe, mas... Ela é sua esposa, o senhor não precisa ser tão severo.
– Eu não pedi sua opinião, soldado inútil, você prefere me obedecer ou morrer.
O soldado se ajoelhou, abaixou a cabeça e disse:
– Cumprirei suas ordens, com sua licença.
O soldado então voltou ao mesmo local onde ele havia encontrado Nany e Akavite. E em um gesto de covardia acertou Nany pelas costas, ali mesmo ela caiu, Akavite a pegou nos braços junto com sua neta, e desesperado pediu a ela:
– Resista Nany, vou usar todo o meu poder para matar esse soldado covarde, que ousou lhe atingir.
E rindo ironicamente o soldado respondeu:
– Quem disse que você vai me vencer seu velho.
– Vamos ver.
Depois de alguns minutos de uma luta muito difícil, Akavite pensou:
– Não tenho alternativa, vou ter que usar o meu golpe mais impiedoso, não gosto de usá-lo mas... minha filha está precisando de mim não posso hesitar.
E em voz alta Akavite falou:
– Este é o momento, preciso usar meu mais poderoso ataque, receba agora: O ultimo suspiro! (Este golpe é chamado desta maneira porque ele prende a respiração do oponente até que ele fique prestes a morrer, por essa maneira Akavite não queria usá-lo, pois é um golpe muito impiedoso).
E foi isso que aconteceu, quando o soldado estava prestes a morrer o golpe foi desfeito, porém ele ainda falou, já muito fraco:
– Ela não sobreviverá por muito tempo.
Ao terminar de falar ele morreu, e Akavite olhou imediatamente para Nany, e perguntou:
– Você esta bem?
– Sim, mas...
– Mas o que? Não me importo com mais nada, o que me importa neste momento é que você está bem.
– Neste momento estou bem, mas logo, logo parirei.
Akavite a pegou nos braços junto com sua neta, e disse:
– Não vou deixá-la morrer. Agüente Nany vou te levar a um Hospital o mais próximo possível.
Akavite aparte daquele estante estava indo em direção a um hospital, porém havia apenas mais um problema, o hospital mais próximo era aproximadamente três horas daquela região. Mas Akavite não podia desistir.
Uma hora e meia depois, Akavite ainda percorria a metade do caminho, e foi neste momento que ele escutou a voz de Nany, já muito fraca, e ele ao escutar a voz de Nany, parou e disse:
– Agüente só mais um pouco Nany, logo chegaremos ao hospital.
– Papai não há mais tempo, neste momento apenas te peço uma coisa.
falou Nany, já com a voz muito suave.
Ele parou e perguntou:
– O quê?
– Leve minha filha pra longe daqui. E coloque o nome dela de Many, para homenagear minha mãe, a quem tanto amei. Ela que já não está mais entre nós.
– É claro que “nós” vamos cuidar dela, assim como eu também vou cuidar de você. Vou te levar ao hospital, e você vai ficar curada, para que você junto comigo cuide dela. Nos dois vamos ficar bem longe daqui, e também de Rancer.
– Pai... Você sabe que isso não é possível... Eu já não posso ficar por muito tempo neste planeta. Mas, eu sei que você vai cuidar e proteger minha filha, como eu protegeria.
Akavite curvou sua cabeça, pensou naquelas palavras e começou a chorar. E Nany apenas disse:
– Não chore pai, pense que estarei muito mais feliz em um mundo mais alegre e sem violência.
Ele levantou sua cabeça, enxugou suas lágrimas e olhou para Nany. Ela então continuou:
– Será que agora posso contar com você pai? e lhe fazer mais um pedido?

– Sim. Por você faço tudo.
– Um abraço, que nunca tive coragem de pedi-lo?
Akavite olhou para Nany e entendeu que aquele singelo pedido de um abraço era uma despedida, e sem hesitar abraçou-se com ela, sentindo naquele abraço amor e tristeza. Depois de alguns segundos Akavite olhou novamente para ela, e perguntou:
– Nany... Você está bem?
Porém infelizmente já era tarde. Ele apenas olhou para seu rosto, percebendo assim que Nany estava com expressão de alegria, contudo em seu rosto escorria uma lagrima...
Akavite sabendo que não havia mais o que fazer, enxugou suas lágrimas, deitou o corpo de Nany no chão, pego sua neta e foi em direção a casa de seu grande amigo Ausho, pois ele construía espaçonaves, e ele precisaria de uma para ir á outro planeta.
Akavite ao chegar à casa de seu amigo foi surpreendido pela noticia de que Ausho não tinha uma nave pronta, apenas a que ele usava para seu trabalho. Ele então pediu:
– Por favor, Ausho é um caso de vida ou morte. Minha filha acabou de morrer, e eu não sei o que poderá acontecer com minha neta.
Ausho entendeu pelos olhos de Akavite a importância de sua ajuda naquele momento, então disse suspirando:
– Não deveria emprestá-lo, pois só tenho uma, que é para meu trabalho...
– Entendo. – Disse Akavite triste e sem esperança.
– Porém... Como é para meu grande amigo... Não hesitarei em emprestá-lo.
– Muito abrigado, sabia que não iria me desapontar.
Ausho neste momento levantou sua cabeça, olhou seriamente para Akavite e disse:
– Mas tem uma condição, sem esta condição não vou deixar você sair deste local, a menos que você me prometa.
– Diga, o que é?
– Quero que me prometa que você vai ser muito feliz nessa sua jornada. E se não me prometer não vou te deixar sair daqui.
– Ausho você me assustou, deixe de brincadeirinhas, até nesses momentos você fala bobagens. Mas de qualquer forma, eu prometo ser feliz, a fazer minha neta feliz.
– Então está feito.
– Mas agora sou eu quem tem uma coisa muito importante para te dizer.
– Diga logo e não faça suspense. – Falou Ausho sorrindo.
– Muito obrigado... Neste momento você demonstrou ser um verdadeiro amigo. Nunca vou esquecer o que você vez por mim.
–Vá logo, se não... Não vou agüentar de tanta emoção, e você não me quer ver chorar, não é?
– É claro que não. Tchau meu grande amigo, um dia quem sabe voltarei a este planeta.
Akavite se despediu, e foi em direção a nave, ao colocar o pé na porta parou e olhou para trás e pensou:
– Estou partindo, mas sei que um dia a mais ou um dia a menos Rancer nos achará. Porem até este dia lutarei pela felicidade de minha neta. E quando eu pousar começarei um super treinamento.
Akavite entrou na nave e pela janela olhou para o céu e gritou:
– Te juro minha Nany serei feliz e farei minha neta o mais feliz possível, por você a quem tanto amei e amo.








Enquanto tudo aquilo estava acontecendo com Nany e Akavite, Rancer estava lembrando-se das palavras de seu soldado. Aquelas palavra estavam o atormentando.
As lembranças vinham vindo e com elas a rosto meigo e a voz de Nany. A cada segundo Rancer lembrava-se de algo de bom sobre Nany, e sobre seu amor por ela, foi junto com estes pensamentos que ele lembrou-se da barbaridade que ele havia mandado seu soldado cometer. E nesta hora sem motivos uma lágrima escorreu de seus olhos, fazendo-lhe arrepender de tudo. Ele então pensou:
– Vou tentar corrigir meu erro. Preciso procurar Nany até encontrá-la. Ou até mesmo encontrar meu soldado, tenho que evitar uma catástrofe contra ela ou Akavite, pois se algo acontecer com seu pai ela nunca me perdoará.
Rancer então começou a correr por vários caminhos diferentes, até chegar a uma trilha e avistar seu soldado morto, e uma pequena mancha de sangue que aparentava ser de Nany ou Akavite. Aquele sangue não poderia ser do soldado, pois ele não estava ferido. Rancer então pensou:
– Nany deve estar viva, pois ela não está aqui, meu soldado deve tela ferido, por que ele queria que Nany fosse a primeira a morrer, por ele ser a mais fragio entre os dois.
Rancer olhou para o chão e continuou a pensar:
– E agora para onde devo ir... Akavite deve tela levado a um hospital. Tenho que ir para o mais próximo.
Alguns minutos se passaram, e a lembrança de Nany não saia de sua cabeça, foi neste momento que Ele parou e pensou:
– Akavite não deve tê-la levado a um hospital, pois seria muito óbvio para encontrá-los. Ele deve ter levado Nany para outro lugar... Mas para onde...
Rancer olhou para o céu, e gritando falou:
– Já sei, pra casa de seu amigo, aquele que ele comentava que construía espaçonaves, é pra lá que eu devo ir.
Ele então continuou a correr, mas agora em direção a casa de Ausho. Em certa parte do caminho Rancer foi surpreendido pelo corpo de Nany, que se encontrava caído no chão, ele correu para seu lado e a abraçou, percebendo assim que ela estava morta. Rancer chorava desesperado, e olhando para Nany dizia:
– O que eu fiz com você? Eu... Eu... Não quis fazer isso, eu só queria te proteger, por que você não me entendeu Nany? Se você soubesse o tanto que te amei... E ainda te amo...
Rancer levantou-se, suspirou, enxugou suas lágrimas, e disse:
– Não a mais nada para fazer, por isso vou continuar com meu plano de ficar mais forte, tenho que encontrar Akavite e minha filha.
Rancer então continuou correndo em direção a casa do amigo de Akavite.
Depois de certo tempo ele chegou à casa de Ausho, o encostou à parede, e começou a perguntar:
– Onde está Akavite? E não me esconda a verdade, pois sofrera as conseqüências. - Falou Rancer com a voz exaltada e muito irritado.
– Ele não está mais aqui. - Respondeu Ausho com a voz trêmula de medo.
– Então ele passou por aqui?
– Sim, mas...
– Mas o quê? Vamos fale.
Ausho demorou um pouco a responder. Mas sem saber as conseqüências que aquelas palavras poderiam fazer respondeu:
– Mas, me pediu uma nave e partiu para outro planeta com uma criança, a quem ele dizia ser sua neta.
– E você deu esta nave?
– Sim, pois ele me disse que estava precisando muito da nave, ele queria ir para outro planeta, para proteger sua neta. Não compreendi muito, pois ele estava muito apresado e preocupado, parece que alguém estava os perseguindo.
– Chega, pare de falar, você fala de mais.
Ausho abaixou sua cabeça e respondeu:
– Desculpe.
– Calasse, não preciso de desculpas. Neste momento só quero uma espaçonave.
Ausho ficou novamente em silencio. Rancer então falou com a voz irritada:
– Vamos, rápido não tenho tempo a perder.
– Eu não tenho... Neste momento. – Respondeu Ausho com a voz trêmula.
– O quê? – Gritou Rancer.
– Minhas desculpas senhor Rancer. A última nave que eu tinha Akavite levou.
– Não quero saber de suas explicações. Construa outra imediatamente, pois ao contraria não só você mais também sua família sofrera com as conseqüências.
Ausho temendo por sua família respondeu:
– Construirei uma imediatamente.
– Assim espero. Quantos dias esta nave estará pronta a minha disposição.
– No mínimo três meses.
– O quê?
– Uma nave é difícil de ser construída.
– Pois quando estiver pronta mandem me avisar no castelo. E fique sabendo se atrasar pelo menos um dia, você não viverá para contar esta história.
– Não se preocupe senhor em apenas... Ou melhor, em exatamente três meses sua nave estará construída.
Rancer ao sair da casa de Ausho foi ao local que Nany se encontrava morta, colocou-a nos braços e a enterrou próximo ao castelo.
Depois de terminar o enterro de Nany, ele foi à busca de seu melhor soldado, a quem se chamava ´´Oturan``. Rancer ao encontrá-lo falou:
– Soldado Oturan daqui a alguns meses tenho uma missão para você, prepare-se...
– Que tipo de missão senhor?
– Não tenho que lhe dar explicações, do que você meu servo vai fazer.
– Sim senhor...
– Mas como sou uma pessoa boa, vou lhe dizer, quero que você vá a outros planetas em busca de minha filha, que foi levada pelo pai de Nany. Agora que já lhe expliquei sua missão, quero que quando a nave fique pronta, você percorra quantos planetas forem precisos para encontrar minha filha.
– Sim senhor, com sua licença.
Ao se passarem alguns dias Rancer lembrou-se que precisaria treinar seu filho, para que quando ele se torna-se mais velho também embarcasse em busca de sua irmã. Porém seu filho, (Que ele havia colocado seu nome de Shouka) não tinha poderes. Rancer pensou em lhe ensinar algum tipo de luta que não precisasse de magia, porém ele ainda precisaria de alguma coisa como um objeto, o qual o deixasse mais forte. Foi neste período que Rancer escutou uma lenda, que se referia a uma espada, que estava no fim de uma caverna sombria, e que apenas a pessoa mais forte de Sioux poderia removê-la.
Esta espada era feita de um material que não existe na terra, "Ou melhor", não existia na terra nem em Sioux, e nem em planeta nenhum. Ela havia sido deixada ali por um Deus, que a segurando antes de partir disse: ´´Esta espada apenas poderá ser retirada pelo ser mais poderoso, que habitara este planeta``. Mas Rancer não queria esta espada apenas por ela ter sido deixada ali por um Deus, mas sim pelo motivo de quem a usasse aumentaria seu poder espiritual, mesmo que esta pessoa não tivesse nenhum.
Rancer então decidiu ir à busca desta espada, pois se ele conseguisse encontrá-la ele iria treinar seu filho, com as mesmas técnicas que seu pai havia lhe treinado quando criança.
Rancer ao chegar nesta caverna percebeu que ela era muito escura, e completamente impossível se ver algo, mas não só isso, ela também era muito grande, e com vários caminhos diferentes. Sem dúvidas aquela espada foi colocada ali para nunca ser encontrada. E por este motivo ele passou um mês e meio para encontrá-la. Ao Rancer chegar a uma certa encruzilhada, que havia muitos caminhos, que lhe levariam à espada ou aos outros, que lhe conduziriam à morte. Por sorte ele conseguiu escolher o certo, neste local escolhido Rancer viu uma luz, a qual rodeava a espada. Ao tocá-la uma luz muito forte fez com que toda a caverna se iluminasse, e facilmente Rancer a retirou, voltando assim para seu castelo.
No caminho de volta para o castelo Rancer pensou:
–Já que consegui retirar a espada tão facilmente, isso comprova que eu sou o ser mais poderoso deste planeta.
Rancer ao Chegar a seu castelo, três meses depois, foi avisado que a nave estava pronta.
No dia seguinte, depois de ter descansado, mandou chamar seu soldado. Ao chegar Rancer disse:
– Você já deve partir.
– Sim senhor, amanhã partirei.
– Quero que você vá, mas quando for chamado por mim volte rapidamente. Enquanto você estiver à procura de minha filha, eu estarei treinando Shouka com a espada da luz. Quero fazer de meu filho o ser mais poderoso deste planeta, depois de mim.
– Senhor, não queria ter a insolência de perguntar, mas...
– Vamos pergunte, já começou mesmo.
– Onde está a senhorita Nany? Já faz três meses mais ou menos que eu não a vejo. Seu filho está sentido muito a falta dela.
– Akavite a matou, e levou minha amada filha.
– Mas... Por quê? Ele sempre aparentou gostar tanto da senhorita Nany.
– Não sei, eu ainda tentei impedi-lo, mas não consegui coitada de Nany... Foi morta por seu próprio pai. – Falou Rancer Chorando.
– Desculpe senhor, eu não queria deixá-lo tão mau assim. Eu apenas estava sentindo falta de sua esposa, pois ela era sempre tão alegre.
– Se existisse alguma maneira de trazer minha Nany de volta, se pelo menos eu tivesse chegado a tempo para salvá-la.
– Isso senhor não tem como volta, porém posso lhe prometer uma coisa, isso aliviara sua dor.
– Não é tão fácil acabar com minha dor, mas diga o que é?
– Vou procurar incansavelmente em todos os planetas possíveis sua filha, e á trarei para você.
– Rever minha filha... Isso sem dúvidas aliviara minha dor.
– Senhor tenho que lhe fazer mais uma pergunta.
– Qual?
– Sobre sua filha. Nela existe alguma característica diferente das outras pessoas? Uma característica pela qual é possível diferenciá-la? Precisamos de algo para diferenciá-la.
– Existe apenas uma, ela herdou os poderes de sacerdotisa de sua mãe. Com certeza isso a diferenciará das outras pessoas.
– Pois amanhã começarei minha jornada, Á procura de sua filha. Com sua licença?
– Pode ir.
Quando Oturan saiu Rancer sorriu, e pensou:
– Idiota, caiu em tudo que eu disse, menos mal, pois quando meu filho crescer e essa a historia que contarei a ele. Akavite vai ficar como o mau, e o assassino, e eu o coitadinho que perdeu sua amada mulher.
Rancer olhou para o céu, e pensou:
– Nany me desculpe, mas preciso conseguir meu poder absoluto, mas nunca te esquecerei. Mesmo com tudo isso Nany... Estou sentido sua falta. - Nesta hora uma lágrima desceu de seus olhos.
No outro dia, enquanto o soldado estava partindo, e Rancer estava planejando o treinamento de seu filho, Akavite ainda estava em busca de um planeta distante.







Depois de um ano, Akavite pousa em um planeta muito distante, chamado Terra. O tempo ia passando, ele então decidiu esconder toda aquela história de sua neta, até chegar o tempo certo de contar toda a verdade. Ele pesava que ela não suportaria, saber de todo aquele sofrimento, pois tudo aquilo iria a fazer sofrer.
Akavite criou sua neta como uma criança normal, como todas as crianças daquele planeta. Ao passar do tempo Many foi crescendo, e cada vez mais admirando seu avô, não só pelo motivo de tela criado mas também porque ele sempre lhe deu muito carinho e amor. Akavite sempre se sacrificou muito no trabalho, para sempre lhe dar uma vida melhor. Many era uma garota muito inteligente, meiga, carinhosa, sorridente. No colégio ela era sempre admirada por todos, por ser uma menina sempre feliz. Ela era decidida em todas as suas respostas, e em tudo que ela fazia, e também nunca aparentava tristeza. Many é claro sempre perguntava muito sobre seus pais; como eles eram? O que aconteceu com eles? E varias outras perguntas. Akavite sempre respondia que eles tinham morrido em um acidente de carro. Como ela também queria saber como eles eram ou se eles pareciam com ela, Akavite respondia que sua mãe era muito linda, e era muito parecida com ela, e Também sempre dizia o que se destacava em sua mãe, que não só era apenas a sua beleza, mas também sua infinita bondade. Many no meio destas histórias sempre achava estranho, pois seu avô nunca falava de seu pai.
Akavite e Many viveram normalmente ate os 11 anos dela. Naquela data chegaram à terra muitos seres aterrorizantes e principalmente fortes.
Enquanto isso, no outro planeta Rancer havia decidido que seu filho estava preparado para partir com Oturan. Ele ao se decidir chamou seu filho e disse:
– Shouka você já está preparado. Chamarei Oturan, e lhe avisarei que você partira com ele em busca de sua irmã.
– Durante todos estes anos de treinamento, sempre fiquei esperando por este dia, “o dia em que eu iria em busca de minha irmã” E este dia finalmente chegou.
Shouka havia se tornado muito poderoso, porém não era tão impiedoso quanto seu pai.
Enquanto isso, Oturan está pousando em mais um planeta, chamado Terra. Ao pousar naquele novo planeta ele recebeu uma ordem mandada por Rancer, o aviso dizia que ele deveria voltar a Sioux. Oturan então falou a seus súditos:
– Soldados, acabei de receber um aviso de Rancer, neste momento tenho que voltar a Sioux, irei até lá para saber o que Rancer deseja, porém quero que vocês permaneçam aqui, para revistar o planeta, e procurar a filha do senhor Rancer. Vocês só devemprocurar alguém que tenha poderes espirituais, caso vocês encontrem, não façam nada, esperem até que eu volte, não façam nada sem minha autorização. Entendido?
– Entendido senhor. - Responderam, todos os soldados.
Depois de mais um ano, o soldado chega a Sioux, e foi em direção ao castelo de Rancer. Ao entrar, se ajoelhou abaixou sua cabeça e disse:
– Vim o mais depressa possível, o que o senhor deseja?
– Meu filho voltara com você, para o planeta que você está. Seja qual for ele.
– Shouka já está preparado?
– Sim. Por falar nisso, você já sabe de alguma pista sobre minha filha?
– Infelizmente não, porém pousamos em mais um planeta. Este novo planeta tem seres parecidos com nossa raça, a diferença é que eles não possuem poderes. Se ela estiver lá, será fácil encontrá-la.
– Esperarei respostas positivas.
Rancer ia se retirando quando Oturan disse:
– Senhor... Temos que voltar hoje, a viagem é muito longa, não temos tempo a perder.
E sem olhar para trás Rancer respondeu:
– Avisarei a Shouka.
Depois de algumas horas, Shouka estava pronto para partir. Mais antes de entrar na nave disse ao seu pai:
– Pai... Com certeza... Trarei minha irmã de volta.
– Confio em você, meu filho.
O que realmente Shouka queria era encontrar sua irmã, porém ele não sabia dos planos de seu pai.
Agora que Shouka e o soldado embarcaram, levará um ano para chegar á terra.
Enquanto este ano se passava, Akavite tentava descobrir o que seres tão estranhos como aqueles faziam na terra. Para ele descobrir alguma coisa precisaria perguntar para algum deles; o que eles queriam ou procuravam, porém isso seria muito arriscado. Akavite então decidiu seguir dois deles, mas não foi preciso perguntar, pois ele ouviu a seguinte conversa entre os dois soldados:
– E ai, você acha que a menina está aqui?
– Eu não sei... Mas será que ainda vamos andar em mais planetas, procurando esta maldita filha do imperador Rancer.
– Mas quem sabe ela não está neste planeta.
– Não sei não, nos não conseguimos sentir nem um poder espiritual.
– Quem sabe ela nem sonha que tem poderes.
– Pode ser, mas se ele estiver aqui mesmo, uma hora ou outra sentiremos sua presença.
Ao escutar tudo aquilo Akavite voltou para casa, e pediu para Many:
– Many, não saia de casa, até que eu diga, entendeu?
– Sim vovô, mas por quê?
– Depois conversaremos, mas não se preocupe.
Akavite ficou muito preocupado com o que poderia acontecer com Many. Ele então foi para seu quarto e ficou pensando:
– Será que Rancer está com aqueles mesmos pensamentos de 12 anos atrás. Eu não posso acreditar que mesmo com a morte de Nany ele não tenha mudado de opinião. Mas de Rancer espero qualquer coisa, tenho que pensar em uma maneira de Many esconder seus poderes, pois ela ainda não os controla, e muito menos sabe que possui aquela imensa força. Mas... Não posso impedi-la de sair de casa, pois além dela suspeitar de algo, ela também ficara zangada comigo. Neste momento Akavite pesou em uma possibilidade de esconder seus poderes. Akavite então a chamou e disse:
– Many, preciso que faça uma coisa por mim, mas não quero que me faça perguntas, um dia você me entenderá, e compreendera tudo que estou tentando fazer.
– Diga o que é vovô, farei o que o senhor quer que eu faça.
– Eu quero que você tente, ou melhor, se esforce ao máximo, e não tenha nem um tipo de grande emoção, principalmente o sentimento de raiva. Com certeza será fácil pra você, todos te adoram.
Many abaixou a cabeça, e sussurrando baixinho respondeu:
– Todos menos a Samí.
– O que Many?
– Nada vovô. Mas vou tentar ao máximo o que me pediu, acho que vou conseguir, tomara que a Samí não me faça raiva, ela me adora deixar zangada... Ai que raiva...
– Many, o que foi que eu acabei de lhe pedir?
– Desculpa vovô.
– Nany em relação a esta garota, é só fingir que ela não existe.
– Isso vai ser difícil, ela adora chamar minha atenção.
– Por favor, Many você tem que me ajudar.
– Ajudar para quê? Porque o senhor está me pedindo isso?
– Many já lhe disse que um dia você entenderá.
Many não entendeu nada, mais concordou com tudo. Akavite havia lhe pedido aquilo porque ela não controlava seu poder, e em qualquer ocasião em que seus sentimentos se alterassem, seja ele de raiva ou alegria, seu poder também iria se alterar, e assim chamando a atenção dos soldados enviados por Rancer, pois eles já suspeitam que ela não saiba que possua poderes, qualquer alteração eles suspeitaram, e encontrarão Many.
Depois do pedido de Akavite, tinha-se passada 11 meses. Entre um dia destes meses Many ia para o colégio com sua amiga Mari, como todos os dias, porém ao chegar no colégio, Many encontrou-se com Samí, nesta hora ela se lembrou da promessa que havia feito com seu avô, ela então decidiu não falar nada, e passou por Samí sem olhar e nem falar nada. Mas ao passar, Samí falou Ironicamente:
– Como vai a netinha do vovô, e a mamãe e o papai, Há... Desculpe, agora que me lembrei você não tem pais, só um avô velho.
– Samí não fale de meu avô, não quero e não posso brigar com você.
– Há... Tá com medinho?
Many virou de costas foi caminhando para sua sala, disse:
– Hoje não Samí, não adianta não vou ficar com raiva por causa de uma simples pessoa como você.
– Isso porque você já aceitou a verdade.
– Não ligo nem pro que você diz ou deixa de dizer.
– Você já sabe que seu avô vai morrer logo, logo, sabe por quê... Porque ele é um velho imprestável. E agora vai chorar no colinho do vovô.
Neste mesmo instante Many olhou para trás ia em direção a Sami e disse:
– Agora você passou dos limites, não me importo se você falar de mim, mas coisa bem diferente é falar do meu avô, a única pessoa que está comigo em todos os momentos, a pessoa que sofreu para me criar, que trabalhou embaixo de sol e chuva pra me dar uma vida melhor.
Many colocou o dedo no rosto de Samí e disse gritando:
– E por estes motivos você não tem o direito de falar do meu avô.
A amiga de Many viu que ela estava com muita raiva e atentou acalmá-la, mas não adiantou. Samí e Many começaram uma briga, mas não durou muito, pois Many ficou com tanta raiva que desmaiou, indo imediatamente para enfermaria.
Depois de algumas horas ela acordou meio tonta, e perguntou para a enfermeira:
– O que aconteceu?
– Você desmaiou, mas não foi nada.
– Ainda tô me sentindo um pouco tonta.
– Logo vai passar, você já pode ir para casa.
– Ta... Tchau.
– Até mais, e não brigue mais.
Como já estava um pouco tarde Many voltou para casa, ao chegar ela foi pro seu quarto e ficou bem quietinha, pois sabia que havia desobedecido a seu avô, mas ela sabia que não podia ficar muito tempo dentro no quarto, porque seria muito mais suspeito, ela então foi para sala, onde Akavite estava e ficou sentada no sofá com a cabeça baixa. Akavite se aproximou mais um pouco e perguntou:
– Você não quer me contar nada... Many?
Many colocou sua cabeça no colo de seu avô e desse chorando:
– Desculpa vovô, não foi minha intenção, eu não queria desobedecê-lo, na hora eu esqueci.
– Eu lhe desculpe... Mas se acalme.
– Vovô como o senhor sabia que eu tinha brigado com Samí, o colégio ligou pro senhor?
– Não, foi sexto sentido de avô.
– Eu também não sei por que desmaiei.
– Você desmaiou?
– Sim, na hora em que eu comecei a brigar com Samí.
Nesta hora Akavite chegou á conclusão que Many desmaio porque seu corpo não estava preparado para o grande poder espiritual, que ela exerceu ao ficar com raiva, ou seja, a pressão espiritual foi muito forte para seu corpo.
Akavite ficou preocupado, porque ela usou um poder que com certeza não chamou apenas a sua atenção.
Alguns minutos depois Akavite recebeu uma ligação do colégio, era a diretora que pediu que El fosse imediatamente ao colégio. Ao desliga o telefone Akavite perguntou a Many:
– O que mais você fez, além de brigar com Samí?
– Nada.
– Então o que será que ela quer.



Akavite ao sair de casa com Many, para ir ao colégio, sentiu a presença de alguém os seguindo, mas logo depois esta presença desapareceu.
Depois de alguns minutos Akavite chegou ao colégio, e foi em direção ao encontro da diretora, ele então foi á diretoria junto com Many, ao chegar, a diretora começou a conversar com Akavite sobre a atitude de Many. Depois de alguns minutos de conversa, a diretora perguntou a Akavite:
– Você sabe o que aconteceu com Samí?
– Não.
– Ela está internada no hospital, entre a vida e a morte.
– Mas, por quê?
– Alunos disseram que quando Many estava brigando com Samí... – Antes da diretora terminar de falar, Many se levantou, a diretora então falou. – O que... Many...Para onde você vai, deixe-me terminar de falar. – Many então saiu correndo.
A diretora olhou para Akavite e perguntou:
– O que aconteceu com ela, para ter saído correndo assim?
– Não sei, deve ter sido a noticia sobre Samí... Mas continue o que você estava falando.
– Há, sim.
– Alguns alunos viram uma luz saindo das mãos de Many, esta luz fez Samí ser lançada muito longe, a fazendo desmaiar.
– Mas se Many fez isso com ela, por que ela não sabia disso?
– Porque na mesma hora que Samí desmaiou, Many também desmaiou. Akavite, você sabe-me explicar por que isso aconteceu?
– Não. Mas seus alunos devem ter visto coisas que não existem. Até mais.
– Mas eu não terminei de falar.
– Depois conversamos, preciso encontrar minha neta.
Akavite então foi atrás de sua neta, mas enquanto isso Many havia ido para uma praça. Ela ao sentar no banco um homem se aproximou dela, passou sua mão no rosto dela limpando suas lagrimas, e perguntou:
– Por que você está chorando?
Many mesmo sem o conhecer, contou tudo o que havia lhe acontecido naquele dia. Então aquele homem desconhecido perguntou:
– Qual é o seu nome?
– Many, e o seu?
Many ao perguntar seu nome, e olhar para o lado ele desapareceu, como um fantasma. Many ao ver que aquele homem já não estava mais lá, foi pra casa dormir, pois estava muito cansada.
No outro dia, Many acordou e foi próximo ao seu avô, e perguntou:
– O senhor está zangado comigo?
– Por que eu estaria?
– Pela minha atitude de ontem, eu não deveria ter feito aquilo, o que eu fiz foi... Fugir do meu problema, em vez de encará-lo. O senhor me desculpa, por isso?
– Sim, mas você terá que me prometer uma coisa.
– O que?
– Não repita o que você fez ontem, brigar com uma colega, não é coisa que se faça Many.
– Eu prometo vovô, mas... Eu não sei por que aquilo aconteceu com Samí. Eu só me lembro de ter brigado com ela, e de ter acordado na enfermaria.
– Mudando de assunto Many, você não sentiu ninguém lhe seguindo?
– Não. Mas...
– Mas... O quê?
– Eu não sei se tem alguma coisa haver com alguém me seguindo, mas... Ontem eu conheci um homem muito estranho, e também muito gentil.
– O que ele fez?
– Perguntou por que eu estava chorando; eu respondi, ele perguntou meu nome; eu respondi, mas quando eu perguntei o seu ele sumiu.
– Sumiu?
– Sim.
– Como ele era?
– Não reparei direito, porque eu estava com a cabeça abaixada, mas deu pra perceber que ele estava com uma espécie de armadura.
– Só mais uma coisa, na sua armadura havia algum símbolo.
– Sim, como o senhor sabe. Esse símbolo foi a única coisa que deu pra ver com clareza.
– Many, você consegue desenhar para mim?
– Vou tentar.
Quando Many terminou o desenho, Akavite percebeu que era o mesmo símbolo dos soldados de Rancer. Preocupado com o que poderia acontecer com Many , ele pediu:
– Many, por favor, não saia mais de casa nem do colégio sozinha.
– Mas por quê?
– É para sua segurança.
– Tá, vovô.
Many olhou para o relógio, se assustou e disse:
– Eu to atrasada, tenho que ir pro colégio. Ate mais vovô.
– Você vai com quem?
– Não se preocupe eu vou com a Mari.
– Então até mais.
Um ano se passou desde que Shouka partiu de Sioux. Many estava completando 13 anos, como todos os anos, Akavite estava preparando o seu aniversário, convidado apenas seus amigos, e os amigos de Many.
No mesmo dia estava aniversariando e chegando a terra; Shouka.
Ao chegarem foram surpreendidos pelos soldados que haviam ficado na terra, dizendo-lhes:
– Encontramos uma garota nesse planeta com um grande poder espiritual, o nome dela é Many.
Oturan então perguntou:
– Onde vocês a encontraram?
– Próximo da que. Também descobrimos que ela morra com o seu avô.
Shouka a escutar aquela noticia se sentiu muito feliz, naquela hora ele se sentiu como tivesse certeza que aquela menina era sua irmã, pois ela tinha o mesmo nome de sua avó, e também porque ele ao pousar naquele planeta, uma felicidade sem motivos o contagiou, fazendo-lhe sentir a presença de sua irmã, aquele planeta fez Shouka sentir que sua irmã estava próxima.
Shouka ao escutar aquela noticia disse:
– Vou agora mesmo à procura desta garota, ou melhor, minha irmã. Onde ela mora?
– Não se precipite senhor Shouka, pois ela mora com seu avô, e ela também tem um poder surpreendente, nem é preciso lutar com ele para sentir.
– E o que eu devo fazer?
– O melhor é ganhar a confiança desta garota, depois será mais fácil contar-lhe toda a verdade.
– Você está certo.
Mas Shouka não sabia a verdadeira história de seus pais, pois Rancer havia lhe contado que seu avô tinha matado sua mãe sem motivos, e teria fugido levando sua irmã. E por causa desta história Shouka carregava em seu coração uma grande raiva de seu avô, mas Shouka não queria vingança, e sim levar sua irmã para seu planeta, para que eles possam viver em família, em perfeita harmonia.
Shouka nunca havia ficado tão feliz, pois logo iria conhecer sua irmã.
No outro dia, como todos os dias, Many foi para o colégio com sua amiga, a quem ela contava todos os seus segredos; Mari era sua melhor amiga, tudo que Many precisava ela tentava o Maximo lhe ajudar. Todos os dias Mari ia e vinha do colégio junto com Many. As duas sempre prometiam uma para a outra:
– Nos nunca vamos esconder nada uma da outra, aconteça o que acontecer.
Esta promessa sempre prevaleceu, entre a amizade das duas.
















No mesmo dia em que Many estava indo para o colégio com Mari, Shouka estava se preparando para ir ao encontro de sua irmã.
Shouka tarde depois, foi para o colégio onde Many estudava. Ele ficou a esperando até que sua aula terminasse, e ela saísse do colégio, porém, ele só poderia falar com ela se ela estivesse sozinha.
Algum tempo depois, Many saiu do colégio, o soldado então falou para Shouka:
– Aquela é sua irmã.
O soldado olhou para o Shouka e percebeu que seus olhos estavam cheios de lágrimas. Shouka então repondeu:
– Assim que eu a vi... Percebi que era ela.
Para a sorte de Shouka, ela estava saindo sozinha, Mari havia ficado no colégio para pesquisar um trabalho na biblioteca. Agora ele tinha que pensar em uma forma de se aproximar dela, uma forma de chamar sua atenção. O soldado então disse:
– Senhor Shouka, o melhor a fazer; é cair na sua frente, para que ela possa lhe ajudar.
– Você tem razão, é isso que vou fazer.
Shouka se aproximou dela, e no momento certo ele encenou uma queda, Many como previsto, correu para lhe ajudar, e assim que ela olhou para ele, se arrepiou toda, e mesmo sem conhecê-lo ela havia sentido um carinho muito forte por ele. Ela então perguntou :
–Você está bem?
– Sim.
Many então o levou para um banco na praça. Eles ficaram conversando por um longo tempo, como se já se conhecessem há muito tempo. Ele com muita vergonha disse a ela:
– Gostei muito de você, espero que você tenha sentido o mesmo que eu...
Many abaixou sua cabeça, e com mais vergonha ainda, perguntou:
– O que você sentiu?
– Que a partir de hoje vamos nos tornar verdadeiros amigos, quem sabe até como irmãos.
Many olhou profundamente nos seus olhos e disse gaguejando:
– Eu... Eu... Eu também senti a mesma coisa.
Shouka se aproximou de Many, pegou a suas mãos, respondeu a ela com o mesmo olhar recebido e disse:
– Posso lhe pedir uma coisa?
– Sim. O que é?
Ele sorrindo disse:
– Uma não duas, eu queria que você não contasse de mim para ninguém.
– Tá certo, te prometo que não contarei nada.
– Eu sei que te conheço a poucas horas, mas... Mas você já sabe que eu senti um carinho muito forte por você, eu sinto como se já te conhecesse há muito tempo, por isso eu queria lhe pedir... que você venha me encontrar todos os dias, aqui mesmo, próximo ao seu colégio. Não se preocupe, é só para conversar, você pode confiar em mim.
– Não deveria, meu avô me pediu que eu não conversasse com estranhos... Mas como eu também gostei muito de você, e seus olhos parecem puros, e por isso você não parece má pessoa. Por todos estes motivos, eu concordo em vir conversar com você todos os dias. Mas agora tenho que ir para casa, até mais.
– Até mais! Venha amanhã, não esqueça!
– Não esquecerei!
Many escondeu esse encontro de todas as pessoas, menos de Mari, pois ela era sua melhor amiga, e ela havia prometido que não iria esconder nada dela, mesmo que fosse uma coisa muito importante. Many também pensou em contar para seu avô, mas ela sabia que ele iria brigar, e iria proibir que ela fosse ao encontro de seu mais novo amigo, por isso ela resolveu não contar nada para Akavite.
Depois de um tempo, Akavite estava achando que os dias estavam se passando calmos de mais, mas como sua neta não havia lhe falado nada, ele achava que estava se preocupado à toa, e com isso passava-se o tempo.
Dois meses depois era primavera, as flores brotavam os pássaros cantavam, e tudo por enquanto estava normal. Akavite acordou com um mau pressentimento, e antes de Many ir para o colégio Akavite lhe pediu:
– Many, não vá para o colégio hoje, pois eu não estou com um pressentimento bom.
– Não se preocupe vovô, pois não sou mais criança, não tem por que o senhor ficar se preocupando, além disso terei cuidado.
Akavite olhou profundamente para os olhos de Many, ela sempre abaixava a cabeça. Akavite colocou a mão no queixo, e disse:
– Many, você está com cara de quem está fazendo coisa errada, igual como você ficava quando era criança, mas você só ficava com esta cara quando eu pedia pra você não fazer uma coisa, e você ia lá e fazia. Não me diga que você está me desobedecendo Many?
Many sorriu sem jeito e respondeu:
– Por que o senhor está falando isso, é claro que não.
– Vou tentar acreditar, tome cuidado. Até mais!
– Até mais vovô!
Quando Many já estava na porta de casa Akavite disse gritando:
– Lembre-se Many, nunca acredite nas palavras de quem não te ama realmente, pois estas pessoas apenas querem tirar sua felicidade, e aconteça o que acontecer lembre-se, te amo muito, e nunca duvide disso.
– Por que o senhor está falando isso agora?
– Não sei, de repente me deu uma vontade de falar isso.
– Mas de qualquer maneira, eu também queria te dizer vovô que eu também te amo. Até mais!
Ao sair de casa Many não foi para o colégio, pois Shouka havia lhe pedido que antes que ela fosse para o colégio passasse na praça, por que ele tinha uma coisa muito importante para falar com ela.
Shouka decidiu que já estava na hora de contar tudo; toda a verdade; falar que ele era seu irmão, e que seu avô era o causador da morte de sua mãe.
Na hora marcada Many chegou e sem demora Shouka contou tudo. Ao terminar de falar Many começou a chorar desesperadamente, Shouka tentou a abraçar mais ela o empurrou e disse:
– Isso não pode ser verdade, o vovô nunca faria uma coisa dessas.
– Acredite Many, eu nunca iria lhe fazer sofrer, já esqueceu? Eu sou seu irmão.
– Se isso é verdade... Por que você não me contou antes?
– Porque achei que você não estava preparada, e também porque você nunca iria acreditar em uma pessoa que você tinha acabado de me conhecer.
Many ainda não estava acreditando, que seu avô tinha feito tudo aquilo. Ela olhou para Shouka com os olhos cheios de lágrimas, e disse:
– Me diga que você está brincando, me diga que tudo isso é mentira, por favor...
Shouka já não agüentava mais ver Many sofrendo daquele jeito, e mesmo sem ela querer ele a abraçou, e começou a chorar junto com ela. Aquele momento tocou o coração de Many, ela percebeu que tudo aquilo era verdade, que Shouka estava sendo sincero com ela. Shouka então disse baixinho:
– Vamos embora para o meu planeta, meu não; nosso, vamos esquecer de tudo isso, e recomeçar uma nova vida?
– Mas antes... Para minha certeza, qual é o nome da nossa mãe?
– O nome dela era Nany, e você recebeu o nome de nossa avó.
Many o abraçou mais forte e disse:
– Desculpe por desconfiar de você, Isso é porque eu não quero acreditar em todas aquelas barbaridades sobre meu avô, ele me deixou muito decepcionada.
– Isso é normal, eu já esperava esta sua reação.
Shouka se afastou um pouco, estendeu sua mão para Many e disse:
– Vamos em busca de nossa felicidade?Além disso você conhecerá nosso pai.
Many sorriu e respondeu:
Vamos!
De uma hora para outra apareceu um soldado de Rancer, Many se assustou e disse:
– Você?O fantasma que perguntou meu nome.
Ele sorriu e respondeu:
– Desculpe aquilo foi só para te conhecer.
Shouka sorriu também e pediu ao soldado:
– Soldado, prepare a nave, pois daqui a pouco partiremos.
Many com o rosto de assustada gritou:
– Shouka espere.
– O que foi Many?
– Tenho que ir buscar uma pessoa muito especial.
– Quem?
– Logo você saberá.
Anoiteceu, e Akavite já estava muito preocupado, ele então resolveu olhar se a nave daqueles soldados estava no mesmo local. Para o desespero de Akavite a nave já não estava mais no local. A partir daquele momento Akavite começou a pensar em varias coisas, como; Rancer tê-la raptado, para fazer o que ele queria há 13 anos. Foi neste momento que Akavite lembrou-se da amiga de Many, ela ainda poderia estar lá.
Ao chegar lá, Akavite descobriu que Mari não havia retornado do colégio. Missam mãe de Mari entregou uma carta de sua filha para Akavite ler, A carta dizia:
Mãe, não tenho como lhe explicar direito, pois é uma coisa muito diferente mais vou lhe dizer; estou indo a outro planeta com Many. Ela me pediu muito, como á senhora sabe ela é a minha única e melhor amiga, e por isso não pude deixar de lhe ajudar, mas não foi apenas isso que me vai fazer lhe acompanhar em sua jornada, mas também porque ela me disse que eu era a única pessoa em que ela podia confiar neste momento, pois eu nunca havia feito nada que a deixasse desconfiada, e eu sempre estava ao seu lado desde que a gente tinha se tornado amiga, eu não conseguir dizer NÃO, com aquelas palavras que soavam tão sinceras. Mamãe mil desculpas, mas eu tinha que lhe ajudar, afinal amiga é sempre amiga, isso é o que a senhora sempre fala. Te amo muito, vou sentir sua falta, mais prometo voltar logo. Ate mais!

PS: Não se preocupe, eu também estou indo junto com o irmão de Many, eu não o conheço muito mais ele parece ser legal, e afinal ele e é irmão de Many.
Akavite ao terminar de ler a carta se desesperou, e foi para casa para pensar em uma solução.
Depois que chegou em casa ele ficou pensando em uma solução por várias horas. Uma solução estava se tornando difícil, pois como ele iria em busca de sua neta em outro planeta, foi quando ele pensou nisso, que ele disse em voz alta:
– Agora que eu lembrei, eu tenho uma nave, a mesma que eu vim para a terra.
De repente uma lembrança ruim veio à cabeça de Akavite, ele abaixou a cabeça e continuou falando mas agora em voz baixa:
– A nave esta danificada, por causa do impacto ao chegar na terra. E agora o que devo fazer? Vou agora mesmo olhá-la.
Akavite então foi olhar a nave, e ao vê-la percebeu que havia concerto.Contudo, como consertá-la se quem a construiu morra em outro planeta?
As lembranças de Many vinham vindo, neste momento Akavite novamente olhou para a nave, mas agora com firmeza e confiança, então ele disse a si mesmo:
– Não importa quanto tempo leve, mas... Mas vou estudar todas essas peças, até que eu consiga concertá-las, talvez demore meses ou anos, mas vou tentar o possível e o impossível para repará-las, tenho que dar um jeito nelas o mais depressa possível, tudo por Many. Com fé nos Deuses conseguirei chegar a Sioux antes de uma tragédia.

Um ano depois Akavite conseguiu consertar a nave, ele então embarcou para o planeta em que ele havia tido os piores dias de sua vida, ao perder sua filha. Ao ligar a nave ele pensou:
– Nunca pensei que iria voltar àquele planeta tão rapidamente, espero que Rancer apenas queira reencontrar sua filha, e não esteja com os mesmos pensamentos maléficos porém mesmo que ele esteja eu estou preparado para tudo... Tudo para proteger minha neta. Vou aproximar este ano e prosseguirei com o meu treinamento.
Akavite ligou a nave, e disse gritando:
– Prepare-se Rancer estou chegando com força máxima!
Enquanto Akavite estava embarcando, Many chegava a Sioux. Ela estava muito ansiosa para conhecer seu pai, mesmo antes de vê-lo ela já estava chorando. Ao vê-lo ela correu para os seus braços e disse:
– Papai... Eu sempre sonhei em conhecê-lo.
Rancer também a abraçou, e ficou de joelhos olhando para ela, e então disse:
– Many também estava te esperando todos estes anos, você foi levada daqui com poucos meses.
Rancer tocou em seu rosto e disse novamente:
– Você é tão linda como sua mãe.
Rancer naquele momento chorou, mas não por que havia conhecido sua filha, mas por que Many Trouxe lembranças de sua amada.
A partir daquele momento o sonho de Many e Shouka estava completo, pois sua família estava quase toda completa, a não ser por Nany e Akavite.
Many ainda não estava completamente feliz, pois ela queria que aquela história de seu avô fosse mentira, e que todos tivessem se enganado ao seu respeito. Mas Many não aparentou tristeza.
Rancer quando viu Many percebeu que seu avô não havia lhe contado sobre os seus poderes.
No outro dia, depois deles terem conversado, e terem se conhecido melhor, Rancer perguntou a Many:
– Seu avô não lhe contou sobre os seus poderes?
Many assustada respondeu:
– Eu não sei do que o senhor esta falando. Poderes é coisa de filme, não é?
– Filme, que monstro é esse?
Many sorriu e disse:
– O senhor não sabe o que é filme?
– Não.
– Agora que lembrei esse é outro planeta, cada planeta deve ter coisas diferentes.
– Continuando Many, como Shouka já deve ter lhe dito, eu sou o imperador deste planeta, e também tenho poderes quase ilimitados. Sua mãe era uma sacerdotisa com um imenso poder espiritual, e por isso você nasceu com um grande poder, como sua mãe, mas em compensação Shouka não herdou nossos poderes.
– Poderes, como eu posso ter poderes?
– Você nunca fez nada que não soube explicar, algo como ferir alguém, quando você ficou com raiva, ou até mesmo coisa parecida.
Many no mesmo instante lembrou-se de Samí, e respondeu:
– Sim.
– Você não soube explicar, não é mesmo?
– Mas... Mas Shouka não me disse nada.
Shouka então respondeu:
– Eu não lhe disse nada porque eu queria que nosso pai dissesse.
Many olhou novamente para Rancer e perguntou:
– Meu avô também tem poderes?
– Sim, por quê?
– Deve ser por isso que ele ficava vários dias treinando dentro de um quarto.
– Deve ser.
De repente Many começou a chorar sem motivos, Rancer então perguntou:
– O que aconteceu Many, por que você esta chorando?
– Desculpe papai, eu... Eu... Não deveria ter duvidado do senhor.
– Many você já aceitou tudo que é seu neste planeta, não é?
– Sim.
– Então como você já deve ter percebido agora você é a princesa de Sioux.
– Princesa... eu estou em um filme mesmo. – Many olhou para Mari sorriu e continuou. – Você ouviu Mari.
Mari respondeu:
– Sim. Many, agora seu desejo está completo, não é?
– Sim. Eu estou junto com minha família, agora eu tenho um pai e um irmão...
Rancer ao ver Mari perguntou a sua filha:
– Quem é ela?
– É minha amiga.
– Amiga?
– Sim, eu a conheci quando nós éramos crianças. O senhor vai deixá-la ficar aqui... Com a gente, não vai?
– Ela pode ficar.
– Obrigada.
– Many agora eu preciso lhe dar uma coisa. Espere um pouco.
Rancer chamou Oturan (Seu soldado) e disse:
– Oturan vá até o meu quarto e pegue duas caixas, que lá estão.
– Sim senhor.
Oturan foi ate lá pegou as caixas, voltou, e as entregou a Rancer. Rancer pegou uma das caixas e entregou a Shouka, e a outra entregou a Many. E falou:
– Não abram ainda, primeiro eu preciso falar uma coisa.
Primeiro Rancer olhou para Shouka apontou para o seu presente, e disse:
– Shouka o que está dentro desta caixa passou por quase todos os homens de nossa família, e agora é seu, pode abrir.
Shouka abriu a caixa, ficou com um gesto de surpresa, e disse:
– Uma armadura.
– Você gostou?
– Muito, mas... O senhor sempre gostou muito desta armadura, por ela ter sido de seu pai.
– Já não importa de quem foi, o que importa é que agora é sua.
Rancer olhou para Many e disse:
– Pode abrir a sua Many.
Many abriu a caixa, ao ver o que tinha lá dentro seus olhos brilharam, e ela disse:
– Ele é muito lindo.
– Este vestido e a coroa eram de sua mãe.
– Da minha... Minha mãe?
– Sim.
Rancer ao falar aquilo, Many não conseguiu esconder suas lágrimas. Rancer perguntou:
– O que foi Many?
– É porque eu sempre quis conhecer minha mãe.
– O que você deve saber é que sua mãe era uma pessoa muito boa, ela gostava muito de fazer o bem, e ajudar a todos que precisavam. –Rancer abaixou a cabeça, e continuou:
– Ela foi á única mulher a quem eu amei.
– Desculpe pai... Eu não queria te deixar assim.
– Está tudo bem Many. Mas agora é melhor vocês duas, e Shouka irem dormir, pois já está tarde.
– Boa noite. – todos falaram juntos.
Quando todos saíram, Rancer pensou:
–Tudo está indo como o planejado, Many está pensando que eu sou um pai exemplar, que ama os seus filhos. Isso é bom por que ela não ousará duvidar de mim. Daqui a alguns dias farei uma proposta para Many, isso a tornará mais forte, vou usar sua bondade para que ela faça o que eu quero.














No dia seguinte Many amanheceu pensando muito sobre sua mãe, ela então resolveu pedir a Rancer alguma coisa que a fizesse saber como ela era. Ela então resolveu pedir:
– Pai, o senhor poderia me mostrar uma foto de minha mãe?
– É claro que sim Many.
– É por que eu queria saber como ela era.
– Então eu vou procurar.
Rancer foi buscar a foto, e a entregou a Many, ela ficou muito feliz, mas ao olhar a foto ouviu uma Voz dizendo:
–“CUIDADO”
Ao ouvir aquela voz ela desmaiou. Nesta hora Mari vinha vindo e viu Many caída no chão, ela correu para o seu lado, se ajoelhou, olhou para Rancer e perguntou:
– O que aconteceu com Many?
– Ela ao ver a foto de sua mãe desmaiou.
– Vamos levá-la ao quarto.
– Espere, Vou chamar Shouka.
Rancer chamou por Shouka, ao ele chegar perguntou desesperado:
– O que aconteceu com minha irmã?
Rancer contou novamente o que aconteceu com ela e pediu:
– Leve- a para o quarto.
Shouka a colocou nos braços, e Rancer antes de ele a levar disse:
– Não a acorde, pois é melhor que ela descanse.
No outro dia Many acordou, e mesmo antes de se levantar pensou:
– O que aconteceu comigo? De quem era aquela voz tão suave? Eu acho que já ouvi aquela mesma voz, mas não me lembro onde.
Mari chegou e disse:
– Bom dia?
– Bom dia Mari.
– Você já está se sentido melhor?
– Não se preocupe eu já estou bem.
Many abaixou a cabeça como se estivesse preocupada, mas depois de alguns segundos ergueu novamente, e falou para Mari:
– Mari, eu não sei se estou enganada, mas... Meu pai não parece ser uma pessoa boa, ele age como se estivesse sendo obrigado a me abraçar ou chorar, ela não parece estar sendo sincero.
– Eu acho que você está enganada, ele parece que gosta muito de você e de Shouka.
– Eu quero mesmo estar enganada.
Mari colocou a mão na cabeça com cara de esquecida e disse:
– Many, eu acho que eu vim lhe avisar alguma coisa, mas eu esqueci.
As duas sorriram, e Many disse:
– Você é muito esquecida mesmo.
Many colocou suas mãos na cabeça de Mari e ficou falando brincado e sorrido.
– Lembra, lembra, lembra, lembra, lembra, lembra...
Mari sorriu e disse:
– Eu lembrei.
– Até que em fim, agora me diga o que era.
– Eu não.
– Haa... Não quer me dizer em?
Many começou a correr atrás de Mari em volta do quarto, e quando elas duas já estavam cançadas, Mari disse:
– Desisto eu vou contar.
– Seu pai me pediu para lhe dizer que você dessesse se para falar com ele.
– Eu não acredito que você ficou fazendo suspense só com isso?
– Foi.
Many já ia pular em cima de Mari, mas ela disse antes.
– Tô brincando, tô brincando. Seu pai também me pediu que eu te dissesse que você vestisse o seu vestido, o que era de sua mãe.
– Só isso?
– O que mais você quer Many.
– Agora sou eu quem está brincando. Então diga a ele que daqui a pouco eu vou falar com ele.
Mari desceu, e Many ficou se ajeitando para ir falar com seu pai. Enquanto isso Rancer estava com pensamentos de treinar sua filha, e deixá-la muito mais forte, para quando ela completasse 15 anos ele passaria seus poderes para ele, porém ele não poderia falar isso para ela.
Ao descer Many estava radiante com aquele vestido, até Rancer se impressionou. Ela deu uma volta, mostrou como o vestido tinha ficado nela, e perguntou a Rancer:
– Como fiquei papai?
– Linda como sempre.
Logo Rancer mudou de assuntou, começou a falar do que o interessava, o treinamento. Ele então perguntou:
– Eu preciso lhe pedir uma coisa.
– Pode falar papai, tentarei ao máximo lhe ajudar.
– Como você Many é a única “filha” que Nany teve, eu gostaria de lhe pedir que você continuasse fazendo o que ela fazia quando estava viva.
– O que ela vazia?
– Ajudavam as pessoas que precisavam, as protegiam de seres ruins.
– Mas, como poderei ajudar estas pessoas, se eu nem tenho poderes?
– Você tem poderes apenas não os domina, Mas se você quiser mesmo continuar a missão de sua mãe neste planeta, poderei te ajudar.
– Eu quero sim ajudar a todos, mas... Como eu posso ajudar essas pessoas?
– Eu te deixarei mais forte.
– Como?
– Lhe treinando, com certeza você ficará mais forte do que qualquer pessoa nesse planeta, e assim poderá ajudar a todos. Você quer Many passar por um longo treinamento, e expandir o seu poder guardado, e acumulado?
– Sim.
– Mas antes, eu preciso lhe dizer que o treinamento é muito difícil, e será muito cansativo, com certeza você passara vários dias sem dormir comer ou descansar.
– Mesmo assim eu quero.
– Então o seu treinamento começará amanhã.
– Já. – Falou Many assustada.
– Sua decisão já foi tomada, não podemos perder tempo, por isso amanhã começaremos. E lembre-se, o seu treinamento só estará completo no dia em que você completar 15 anos.
Depois de um mês de treino diário, Many estava esgotada, ela não agüentava mais aquela rotina. Ela então decidiu falar com seu pai sobre tal situação:
– Pai, eu não consigo mais, nunca conseguirei ficar forte.
– Você já conseguiu dominar o seu poder. Não se desanime, eu tenho certeza que você conseguirá.
Aquelas palavras de Rancer trouxeram esperança para Many, ela então decidiu prosseguir com o seu treinamento.



Os dias de treinamento iam passando, e Many já estava se adaptando aquela rigorosa rotina. No dia 12 de julho, (que era um dia antes do aniversario de Many) onze meses já tinham se passado, aquele dia era o ultimo passo do treinamento (O ultimo passo significava a luta contra o seu mestre, ou seja contra Rancer).
No momento da luta Rancer percebeu que Many não iria lhe atacar, pois ela era muito meiga, ele tinha que pensar em uma forma de deixá-la zangada. Ele então falou gritando:
– Many você é muito fraca, nunca conseguirá proteger a quem você gosta, será que você prefere ver estas pessoas morrendo aos seus pés? Você sabe que para que isso não acontecer você tem que me atacar, será que nem isso você consegue.
Aquelas palavras fizeram Many refletir sobre todas as pessoas a quem ela ama, ela tinha que protegê-los. Então resolveu atacar.
O ataque de Many foi forte o bastante para arremessar Rancer, mas não para feri-lo, contudo, ele decidiu, e falou para Many:
- Você conseguiu Many, o seu treinamento esta completo.
- Jura pai?
- Sim, você mereceu.
Many ficou dando pulos de alegria, Rancer então falou:
- Many é melhor você ir descanssar.
- Tá, eu acho que tô precisando mesmo.
- Vá e prepare-se para amanhã, com certeza o amanhã será inesquecível.
Naquele dia Many mal esperava o que podia acontecer.
No mesmo dia Mari estava indo procurar Many no seu quarto, mas ela não estava, ela então decidiu ir ao quarto de Rancer. Ao chegar e entrar ela chamou:
- Many você esta aqui?
Porém ninguém respondeu, Many não estava lá. O quarto de Rancor era muit diferente dos outros, lá havia muitas espadas e armaduras, entre outros objetos de luta, mas a coisa que mais chamou a atenção de Mari foi um caderno com capa de couro, nele tinha um cadeado, que naquele dia estava aberto.
Mari decidiu sair daquele quarto, pois alguém poderia chegar e pensar que ela estava mexendo nas coisas. Antes de sair do quarto ela pensou:
- O que será que tem naquele caderno?
Em num gesto de curiosidade, ela voltou e começou a ler o caderno.
Ao terminar de ler, percebeu que aquilo não era um livro normal, ali estavam todos os pensamentos de Rancer, desde o casamento dele com Nany, até os dias atuais, tudo que ele havia feito, e pensado em fazer. O que mais assustou Mari foi a ultima página, ali havia escrito o que estava planejado para aquele dia ( A transferência de poder).
Mari ao ler aquelas barbaridades correu para avisar a sua amiga, mas quando ela ia abrindo a porta Rancer apareceu, ela assustada deixou o caderno cair no chão. Rancer então perguntou:
- Você leu?
Mari respondeu gaguejando:
- Na...Na...Não.
Rancer já estava com muita raiva, e gritando disse:
- Vamos, fale a verdade.
Uma lágrima desceu dos olhos de Mari, ela estava apavorada, e novamente falou:
- Eu não li nada.
- Você pensa que eu sou idiota.
Rancer decidiu não falar nada, ele já havia percebido que ela tinha lido, ele então a trancou em um quarto afastado de toda a casa, onde ninguém passava.
No outro dia Akavite estava quase chegando em Sioux e Rancer estava quase alcançando o seu objetivo.
No mesmo dia Shouka decidiu ir ao quarto afastado da casa, pois lá tinha uma espada que o pertencia, mas só ele sabia que estava lá. Quando ele se aproximou do quarto, começou a escutar alguns gritos, ao abrir a porta viu Mari, que estava acorrentada com as mãos para cima, e com um pano na boca, por isso que os gritos pareciam distantes. Ele tirou o pano da sua boca e perguntou:
- Quem fez isso com você?
- Rancer.
- Meu pai?
- Sim. Não me pergunte mais apenas pegue este caderno que esta no chão e o leia.
- Ok.
Duas horas depois Akavite chegava a Sioux, e Shouka terminava de ler o livro. Ao terminar de ler ele percebeu que seu avô nunca foi o assassino de sua mãe e sim o seu pai.
Naquele momento Shouka começou a correr para salvar sua irmã, mas ao chegar no local, Rancer já havia começado o seu plano. Ele já havia amarrado Many e já iria colocá-la na máquina, (esta maquina tinha sido projetada pelo seu pai, a 50 anos )mas Shouka não poderia deixar que ele fizesse aquilo com a sua irmã. No momento em que Rancer ia ligando a máquina Shouka gritou:
- Não faça isso, por favor?
Rancer olhou para trás, sorriu e disse:
- Chegou tarde demais.
Shouka se desesperou e atacou seu pai com a espada, Rancer se esquivou, e retribuiu com outro golpe, Shouka caiu no chão e Rancer disse:
- Você acha mesmo que um ser tão inferior e insignificante como você pode me atingir?
- Quem sabe, você não é um Deus.
Shouka tentou lhe atacar novamente, mas não conseguiu, Rancer retribuiu novamente o ataque, neste momento ele foi lançado para perto de Many, ele então começou a contar toda a verdade para sua irmã. Naquele momento ela lembrou-se de quem era aquela voz. Era a voz de Nany, (sua mãe) Many sempre tinha sonhos com ela, e a voz dela era a mesma que disse “cuidado”. Ao Many receber aquela noticia, se sentiu muito culpada pela luta de seu irmão com seu pai, pois se ela não tivesse duvidado de seu avô nada daquilo estaria acontecendo.
Enquanto Many estava se culpado, Shouka tentava de várias formas conseguir acertar o seu pai. Em uma certa parte da luta, Shouka deixou a sua espada cair, abrindo caminho para Rancer golpeá-lo, e foi isso que ele fez. Quando Shouka foi atingido, ele desmaiou.
Como agora não existia mais ninguém para o impedir, Rancer se aproximou da máquina e a ligou, logo após disse para Many:
- Agora é o seu fim, minha querida filha, neste momento você só pode rezar.












Ao ligar a máquina Rancer foi surpreendido por um golpe, ele olhou para trás, e teve a surpresa, era Akavite. Many ao ver o seu avô gritou:
- Vovô, desculpe, agora eu sei toda a verdade.
- Akavite ao olhar para Many percebeu que ela estava muito mais forte, sua força espiritual estava muito mais elevada. Ele então perguntou para Rancer:
- O que você vez com ela?
- Eu apenas a ensinei a dominar seus próprios poderes, sobre os quais você nunca tinha lhe contado.
- Rancer, existe apenas uma diferença.
- Não vejo nenhuma, mas me diga qual é?
- Eu nunca havia contado a ela por um motivo, para protegê-la, e você apenas lhe contou pensando em si mesmo; para que quando você fosse passar os seus poderes para, ela estivesse muito mais forte, ou seja, ela estaria com uma grande quantidade de energia, e assim aumentando o seu poder em dez vezes mais, pois eu sei Rancer que esta máquina que o seu pai construiu, não retira apenas o poder espiritual das pessoas, mas também a energia existente em seu corpo.
Akavite se posicionou em ataque e disse:
- Por minha neta sou capaz até de morrer, e por isso não hesitarei em te mandar para outro mundo.
- Faço de suas palavras as minhas, mas em vez de morrer por minha filha, morro para me tornar mais forte. – Falou Rancer sorrindo, e se posicionando em ataque.
A partir daquele momento começava a luta mais aterrorizante que já havia acontecido naquele planeta.
A luta começava e logo se percebia que os dois tinham quase a mesma quantidade de energia, ninguém poderia imaginar quem iria ganhar. Depois uma hora e meia de luta, o castelo já se encontrava totalmente danificado, restando intacto apenas a máquina de Rancer.
Akavite tentava acertá-lo, porém nunca conseguia, o mesmo acontecia com Rancer, mas em um certo momento, em uma distração de Akavite ao abaixar a cabeça para juntar energia, Rancer conseguiu acertá-lo com um de seus melhores golpes, fazendo-o desmaiar. Akavite caiu e desmaiou, mais uma pessoa veio falar com ele em sonho, era Nany, Akavite olhou para ela, Nany estava chorando, ele então perguntou:
- O que aconteceu minha filha, porque você esta chorando?
Nany ia se afastando, e dizendo:
- Salve a minha filha, acorde papai, acorde, acorde, acorde...
Ao falar isso Akavite acordou, mas já era tarde, Rancer já havia começado a ligar novamente a máquina, havia colocado Many dentro de uma das cabines, e ele já estava dentro de outra.
Akavite olhou para um lado e para o outro, vendo que o fim de sua neta estava próximo, juntou toda a sua energia restante e destruiu a cabine de Rancer. A cabine foi atingida e Akavite correu para olhar se a sua neta estava bem, felizmente ela estava, o seu golpe não havia destruído a cabine em que Many se encontrava. Ele vendo que sua neta estava bem, pensou:
- Tudo esta acabado, em fim todo terminou.
Uma voz saia de dentro da máquina totalmente destruída, era Rancer, ele disse:
- Você pensa que eu sou quem? É claro que eu não serei destruído por um golpe destes.
Rancer falava daquela forma, mas ele estava muito ferido, com dificuldades ele se levantou e disse:
- Não desistirei de conseguir a minha força por completo.
Apesar de fraco, Rancer ainda tinha forças para lutar, ao contrário de Akavite, que havia usado todos os seus poderes no último golpe. Rancer ia em direção a Akavite para lhe dar o último golpe, mas Akavite não poderia nem se defender, sua energia estava esgotada ao máximo, as suas pernas já não o obedeciam, Rancer ia se aproximando cada vez mais, Akavite caiu sem forças, ele então disse:
- Já não consigo me defender, nem me mover, pois estou fraco demais, pelo menos consegui destruir a máquina, morrerei um pouco aliviado, sabendo que minha neta vai ficar bem, eu sei que Shouka irá lhe proteger, para mim só resta o fim.
Akavite olhou para Many e olhou para Shouka e disse:
– Shouka proteja a minha princesinha, não deixe que nada de ruim aconteça com ela, eu a deixarei em suas mãos. – Falou Akavite, para Shouka que estava desmaiado.
Many vendo que o fim de seu avô estava próximo, sentou-se no chão e começou a chorar desesperada, foi neste instante que a imagem de sua mãe apareceu, e disse:
– Many minha filha.
- Ma...Mamãe.
- Many você precisa ajudar o seu avô, pois ele sempre lhe protegeu, de todas as formas, e em todos os momentos, sem se preocupar em si, apenas pensando na sua felicidade.
Many começou a chorar mais ainda, quando escutou todas aquelas verdades ditas por Nany. Many chorando olhou para a imagem de sua mãe e respondeu:
- Mas eu...Eu...Eu não sei o que fazer.
- Não há tempo para chorar Many, esta é a hora de retribuir todas as vezes em que ele colocou a sua própria vida em risco por você, neste momento você precisa encontrar seus verdadeiros poderes de sacerdotisa no fundo de sua alma.
- Mas, eu já consigo controlar o meu poder, e até usá-lo.
- Só dominar o seu poder não é o suficiente, você precisa colocar toda a sua confiança, e todo o seu amor em um único golpe, e o principal, toda a sua energia, essa energia que nem você sabe usá-la, mas é neste momento que você tem que aprender a dominá-la, pois você não conseguindo fazer isso nunca conseguirá ferir Rancer.
- Mas eu não posso fazer isso com o meu próprio pai.
Nany sorriu para sua filha, apontou com delicadeza para Akavite e disse:
- Basta você olhar para a pessoa que você mais ama, então você saberá a resposta de sua dúvida.
Many ao olhar para o seu avô e para Rancer, percebeu que seu pai era uma pessoa sem sentimentos, e sem nenhum pouco de compaixão, o que ele queria era matar Akavite para deixar o seu caminho livre, para que ele pudesse seguir com a sua ambição, mas no mesmo tempo que ela pensava nisso, vinha uma voz de dentro de seu coração e dizia que aquele era o seu pai.
Nany vendo que Many não conseguiria fazer aquilo, disse outra alternativa:
- Many você tem que lhe dar esse golpe, nem que seja para tocar o seu coração, você tem que tirar toda essa ambição de dentro dele.
- Você tem magoas mamãe?
- Não, pois este que esta em sua frente, não é o seu verdadeiro pai, e nem o homem que eu amava á 15 anos atrás, eu apenas quero vê-lo como ele era antes.
- Como assim?
- Quem está dominando Rancer é esta sede de poder, você precisa ajudar o seu pai a se livrar dela.
- Eu quero ajudar o meu avô mais eu não consigo ferir o meu pai.
Nany falou com firmeza:
- Many olhe para o seu avô,com que ele esta parecendo? Por acaso você ainda se lembra por que passou um ano treinando?
- Sim.
- Então você lembra que o seu treinamento tinha por finalidade ajudar as pessoas indefesas, todos aqueles que precisassem de você, e é neste momento o seu primeiro passo, para esta longa jornada, agora o seu avô esta precisando mais do que ninguém de sua ajuda. Olhe Many para o seu avô, ele esta lá precisando de você, vamos você consegue, o sangue de guerreira corre em sua veias.
Ao Nany terminar de falar ela olhou para o seu avô, e percebeu que o seu maior temor estava para acontecer; a morte de quem ela mais amava, Rancer estava prestes a utilizar o golpe final, neste momento ela não mais poderia hesitar em atacar, e utilizou um poder tão forte que destruiu todo o castelo. A poeira da destruição foi tão grande que não se podia ver nada além de si mesmo.





Depois de 15 minutos, a poeira ia baixando, e logo Many conseguiu ver Akavite e Shouka, ao poder vê-los ela correu para o lado deles, abraçou-os, e Akavite então disse:
- Me desculpe Many?
- Por que você esta me pedindo desculpas vovô?
- Por nunca ter te contado toda a verdade, você merecia saber.
- Isso já não importa, o que realmente interessa é que o senhor e meu irmão estão bem.
Akavite olhou para Shouka e perguntou:
- Você esta bem?
- Eu ainda esto um pouco tonto do golpe do meu pai, mais logo vai passar. Falando nisso cadê o meu pai?
Nem precisou ninguém responder, na frente deles Rancer se levantava, ele continuava vivo, mas com pouco tempo de vida.
Ele tentou se levantar, mas não conseguiu, então se sentou encostado nas pedras que desmoronaram do castelo. Ao se encostar ele pensou por alguns minutos, e depois chamou Many e Shouka, e disse:
- Many, pela primeira vez eu pude sentir um golpe tão poderoso, ele estava cheio de amor para seu avô, ele tocou profundamente o meu coração. – Rancer baixou a cabeça por alguns segundos, depois a levantou de novo, seu pai continuou a falar. - Se eu pudesse voltar no tempo nada disso estaria acontecendo, agora eu percebo que nós temos que aproveitar as coisas boas da vida; o amor e a família, não pensem que eu fui feliz todos estes anos, a minha vida só foi feliz nos momentos em que Nany estava ao meu lado, depois de sua morte nada mais fazia sentido, apesar de que fui eu quem a matou, eu não queria ter feito aquilo, mas quando eu pensei em voltar, já era tarde. Eu só queria dizer mesmo, é que a partir do momento em que os meus pensamentos se tornaram maléficos, e que eu só pensava em mim mesmo, minha vida não foi mais o que era, o meu desejo de poder me transformou no que eu sou hoje, uma pessoa que pensou muitas e muitas vezes em matar a sua própria filha para continuar os seus objetivos.
De repente veio uma dor muito forte, Rancer caiu no chão, Many e Shouka o levantaram, e perguntaram:
- Papai você está bem?
- Sim. Mas eu queria dizer mais uma coisa; eu desejo a vocês; os meus filhos que sejam muito felizes. E só mais uma coisa, quando vocês pensarem em mim, não lembrem de mim como um demônio, mais como o seu pai.
Shouka já não agüentava mais escutar aquelas palavras, pois apesar de tudo aquele era o seu pai, a pessoa em que ele cresceu admirando, ele começou a chorar, e disse ao seu pai:
- Não fale assim pai, ainda resta muito tempo de vida para que o senhor possa mudar tudo de ruim que o senhor já fez, e se tornar uma pessoa boa, eu ainda quero o senhor por vários anos ao meu lado.
- Não se engane Shouka, você sabe que não me resta muito tempo, mas antes que o meu tempo se esgote eu quero falar mais algumas coisas, primeiro; Shouka me desculpe por eu nunca ter lhe dado amor, e nunca ter lhe compreendido, nos momentos que você sentia a falta de sua mãe, e de um pai que pudesse lhe entender, eu sei que você sofreu muito com estas atitudes que eu tive, por isso me desculpe. – Rancer olhou para Many e disse: - Many me desculpe por eu ter tentado te matar, por pura ambição, na verdade eu sempre amei vocês, mesmo sem te conhecer Many, pois vocês são os meus filhos, talvez eu não quisesse mostrar os meus verdadeiros sentimentos.
Rancer olhou para Akavite que estava muito ferido e pediu:
- Se aproxime.
Akavite se aproximou e se ajuelhou próximo a ele e disse:
- Pode falar Rancer.
- Me desculpe por eu ter tirado a sua felicidade, que era a sua filha.
- Não há mais por que você me pedir desculpas, afinal tudo já passou, e mesmo assim vejo que você esta arrependido por tudo que vez.
Rancer olhou para todos os que o rodeavam e disse:
- Shouka, Many, Akavite, me desculpem por tudo.
Shouka, acada segundo que se passava, mais se desesperava, e chorando disse para o seu pai:
- Pai apesar de tudo, você é o meu pai, você foi e é o meu herói, por isso eu te amo apesar de tudo e qualquer coisa.
Rancer abraçou Many e Shouka e disse:
- Eu amo muito vocês, mas apesar de tudo eu não desistirei do meu sonho, que é me tornar mais forte.
Shouka e Many olharam imediatamente para Rancer, com a cara de assustados, e os dois perguntaram ao mesmo tempo:
- O que?
- Não se preocupem, eu ainda quero me tornar mais forte, mas de um jeito que não prejudique a quem eu amo. Com certeza eu vou conseguir o meu poder máximo, seja no outro mundo ou neste, seja de qualquer maneira, mas eu conseguirei o meu poder realizado.
Ao terminar, ele olhou para o céu sorrindo e disse:
- A pessoa quem sofreu mais nesta historia foi a pessoa a quem eu mais amava, Nany me desculpe, nunca deixei de te amar, nunca consegui esquecer o que eu fiz com você. ADEUS a todos.
Ao terminar de falar uma lágrima desceu de seus olhos, e Shouka gritou desesperadamente:
- Não pai, não me deixe, não me deixe só, meu pai...
Com aquelas palavras de tristeza de Shouka, Many e Akavite o abraçaram, e Akavite disse:
- Tenha força, tudo passa, por mais que seja triste.
Naquele dia tudo ficou em silencio, nem uma palavra foi dita, apenas se escutava o sofrimento de um filho, nada era mais doloroso do que aquele choro que se escutava.
No outro dia depois de todos estarem mais calmos, ainda respirava-se um ar de tristeza, pois o que todos queriam era que ele se tornasse uma pessoa boa, disposto a ajudar as pessoas daquele planeta que tanto sofriam, porém o arrependimento veio tarde demais.
No mesmo dia Akavite falou para Shouka e Many:
- Nos temos que procurar uma pessoa que cuide deste planeta, não uma que se faça um imperador, mas uma pessoa que tenha um bom coração, que se sinta bem em ajudar o próximo, um amigo de todos de Sioux.
Many então falou:
- Como vamos encontrar uma pessoa assim?
Shouka então respondeu:
- Eu posso fazer isso, afinal eu sou o sucessor de meu pai, e eu conheço tudo que se passa neste planeta.
- Isso não pode ser possível, você ainda é muito jovem para atender todas as necessidades de um planeta inteiro. Mas eu conheço uma pessoa que preenche todos estes requisitos. – Falou Akavite.
- Quem é?
- Meu velho, e bom amigo Ausho. Foi ele quem me deu a nave, para que eu e Many fôssemos para a Terra. Mas antes que eu vá pedi-lo para ficar cuidando deste planeta, preciso que vocês concordem comigo.
- É claro que nós concordamos. – Falaram ao mesmo tempo Many e Shouka.
- Então vamos lá agora mesmo.
Ao chegar lá, Akavite contou tudo a ele, e pediu:
- Você pode me fazer esse grande favor, com certeza você terá tudo o que Rancer tinha, tudo para você ajudar a construir um novo Sioux, e é claro você terá uma melhor vida, como todos vão ter neste planeta. Você pode cuidar de uma nova geração Ausho?
- Isso vai ser uma honra, com certeza eu vou lutar para deixar esse planeta em harmonia.
- Muito obrigado Ausho, como sempre você continua me ajudando.
Quando Akavite terminou de falar, ele se despediu de Ausho, e se virou para Shouka e falou:
- Shouka, você quer vir para a Terra com a gente?
Na hora que Akavite falou aquilo Many ficou muito feliz, pois sabia que o seu sonho iria se tornar realidade, toda sua família junto com ela na Terra. Shouka então respondeu:
- Eu não sei se eu posso, ou se eu consigo ir embora do meu planeta natal, eu moro aqui desde criança, esse é o meu lar.
Many pegou as mãos de Shouka e disse:
- Por favor Shouka, eu gostaria muito que você fosse com a gente para a Terra, e afinal nosso pai não esta mais aqui, agora a sua família sou eu; sua irmã, e meu avô; que também é o seu avô. Por favor, fique ao meu lado, você lutou tanto para me encontrar, e agora que nós nos encontramos você vai deixar passar a chance de nos construirmos uma família.
Shouka sorriu e respondeu:
- Você achava mesmo Many que eu iria me separar de você? E afinal eu não consigo dizer não para uma pessoa tão linda.
Quando tudo estava decidido eles foram ao castelo buscar Mari, que ainda estava descansando, pois ela tinha ficado muito tempo acorrentada, e buscar todos os pertences de Shouka, o mais importante era a espada da luz, a que ele ganhou de Rancer. Ao terminar tudo eles retornaram para a casa de Ausho, para buscar a nave que estava sendo consertada novamente, mas agora por Ausho. Ao chegarem lá, Ausho falou:
- Está pronta.
Akavite olhou para todos e disse:
- É hora de partir, vamos ao nosso lar, meus netos.
Está única palavra significou muito para Shouka, pois foi a primeira vez que Akavite se pronunciou a ele como o seu neto.
Depois de tudo isso todos entraram na nave, e já quando estavam decolando, Akavite abriu a porta da nave e gritou para o seu amigo:
- Ausho sinto muito, más não devolverei a sua nave agora, mas um dia eu voltarei para lhe devolver, nunca esquecerei do que você fez, ADEUS!
– Não tenha pressa, ADEUS!
A partir daquele momento, Akavite, Many, Shouka, e Mari estavam indo em direção à Terra, agora os três iriam se tornar uma verdadeira família, sem mais mentiras. E Mari agora estava muito feliz, pois além dela ter conseguido ajudar a sua grande amiga a conseguir completar a sua felicidade, logo, logo ela reencontraria a sua mãe novamente.
Ao todos decolarem, a imagem de Nany e Rancer apareceu no céu. Seria isto um prenúncio de mais um final feliz, ou não?